segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pura perfumaria

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Perfumaria é um tema inesgotável. Desde sempre a humanidade é fascinada pela combinação de aromas diversos com intenções variadas, ficando nos registros históricos inscrições com referência a perfumes bem como frascos para armazenar este líquido que era tão valorizado que só pessoas nobres e abastadas se davam a este luxo. No começo eram feitos apenas com plantas e secreções animais. Hoje, com a sua industrialização, ficaram mais acessíveis a todos. Entretanto, os melhores perfumes ainda são os que contém maior quantidade de óleos essenciais.

E não é apenas uma questão de ser melhor em termos de fragrância. O que é natural nosso corpo reconhece e portanto, tem menor chance de provocar uma reação alérgica, pavor dos “riniteiros” de plantão. Além disto, aromas naturais tem efeitos benéficos ao contrário dos sintéticos. Costumo dizer que os cheiros sintéticos “grudam” no nariz. Óleos essenciais são da Natureza, evaporam, vão se embora. Isto implica em que aromas naturais carecem de fixadores, preferencialmente naturais, que são mais densos e ajudam a impedir a rápida volatização dos óleos essenciais mais leves. Fixadores naturais são em sua maioria resinas, madeiras e raízes, como benjoim, cedro, sândalo e vetiver. Ajudam a segurar os rapidinhos cítricos e herbais, como limão, bergamota, alecrim, eucalipto, capim limão entre outros. Saber combinar aromas implica tanto em escolhê-los por sua densidade quanto pela intensidade deles, que determina a quantidade de cada óleo essencial no todo.

Os aromas mais leves são os de nota alta, de cabeça ou de saída, evaporam prontamente e tem cheiros mais penetrantes e frescos e não duram mais do que meia hora. São aqueles que sentimos primeiro ao sentir um perfume. Se forem cítricos, devemos tomar cuidado com suas vidas úteis, mais curtas. Aromas de nota média, de corpo ou de coração ou também chamados de buquê são os de duração intermediária. São os que chamo de meio de campo, que vão misturar os de nota alta com os fixadores naturais. Tem duração de umas três horas. São aromas harmonizantes e equilibradores, como flores – gerânio, lavanda e camomila. Já os fixadores naturais são chamados de notas de base ou de fundo, já são mais densos, quentes e sensuais. Deixam o aroma mais tenaz e devem ser usados com parcimônia, porque geralmente tem personalidade forte, dando sua característica ao perfume. É o cheiro que fica por último ao se passar um perfume, durando mais tempo que os outros. Felizmente, apesar de serem os óleos mais valiosos, devem ser usados em pequena quantidade para não “contaminar” o perfume, escondendo as outras notas.

Fazer perfumes é uma arte, que se apura com o tempo, lógico, mas costumo dizer que não existem combinações erradas ou ruins, apenas em dosagens erradas. É um momento onde se pode extravasar a criatividade, além de usar a intuição para nosso próprio benefício, até para de outros, caso se deseje presentear alguém, o que eu acho particularmente o máximo, fazer um perfume pessoal para uma pessoa querida! Mas deve-se obviamente anotar a receita, pois a chance da pessoa presenteada pedir para ganhar novamente o mimo existe e é grande, se for feito com o coração. Acompanhem as próximas colunas para mais dicas sobre este fascinante tema. Enquanto isto, comece fazendo um perfume simples, adicionando seu toque pessoal! E prepare-se para tornar-se um perfumista, um alquimista!

Receita da Semana:

Perfume para sentir-se "poderosa"

30 ml de álcool de cereais
15 gotas de óleo essencial de Ylang Ylang
5 gotas de óleo essencial de Patchouli
10 gotas de óleo essencial de Cardamomo
30 gotas de óleo essencial de _______________(cítrico, à sua escolha! Laranja, tangerina, grapefruit)

Beatriz Yoshimura, 22/09/2010, coluna escrita para a Nextel

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